O texto é o modesto e provisório resultado de um diálogo entre a geografia e a filosofia. Seu conteúdo possui o modo do ensaio pretendendo ser lido e discutido por um público interdisciplinar. Assim, como o espaço-mundo se torna acessível ao ser humano? Primariamente, nem como uma “coisa” dotada de propriedades tais como largura, altura e profundidade, nem como algo exterior que possa conter outro corpo, nem como algo interior ou subjetivo que possa ser projetado, nem como algo que se torna exclusivamente visível a partir de algum sistema de quantificação. Tomaremos como ponto de partida as discussões expostas pela fenomenologia, especialmente a do filósofo alemão Martin Heidegger. Sua interpretação existencial do espaço, apresentada principalmente na obra Ser e tempo (1927), responde e opõem-se à interpretação moderna e cartesiana do espaço como res extensa, onde o mesmo é visto como dotado de propriedades simplesmente dadas. Para o filósofo não é na extensio, na extensão, que devemos buscar uma compreensão fundamental para o “ser” do espaço. Onde, então? No próprio modo de ser daquele ente que vive espacialmente, no ser humano.
Palavras-chave: Espaço; Geografia; Filosofia; Ciência; Heidegger.
Abstract
This article is a modest and temporary result of a dialogue between geography and philosophy. Its contents have a way of testing intended to be read and discussed by an interdisciplinary audience. So, as the world-space becomes accessible to human beings? Primarily, not as something that has properties such as width, height and depth, not as something external that can contain another body, nor as something inner or subjective that can be designed, not as something that only becomes visible from some quantification system. We will take as our starting point the discussions exposed by phenomenology, especially that of the german philosopher Martin Heidegger. His existential interpretation of space, given especially in the work Being and Time (1927), responds and opposes itself to the modern interpretation of the Cartesian space as res extensa, that it is seen as having just given properties. For the philosopher is not in extensive space that we shall seek a fundamental understanding for the “being” of the space. Where, then? In the way of being that one who lives spatially, in the human being.
Keywords: Space; Geography; Philosophy; Science; Heidegger.
PISETTA, Ecio Elvis. Espaço e habitação: considerações a partir da filosofia heideggeriana. Meridiano: Revista de Geografía, Buenos Aires: Centro Humboldt, n. 3, p. 23-39, nov. 2014.
ESPAÇO E HABITAÇÃO: considerações a partir da filosofia heideggeriana por Ecio Elvis Pisetta está licenciado sob Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 Internacional