Ir al contenido principal

EDITORIAL - GEOGRAFÍA Y CRISIS / GEOGRAFIA E CRISE | Omar Horacio Gejo y Antonio Elias Vieira

Durante el reciente mes de septiembre, el Centro Humboldt (CeHu) realizó el XV Encuentro Internacional Humboldt (EnHu) en la ciudad de México. Este hecho representó la primera versión de los EnHu llevada a cabo en el hemisferio norte. Hasta aquí los EnHu habían tenido por sedes a Argentina (once de ellos) y Brasil (los tres restantes). Este simple hecho le daba a la cita mexicana un significado particular. Al cabo de casi dos décadas el Centro Humboldt y sus EnHu hacían un recorrido completo, de sur a norte, por la geografía de América Latina.
Pero allí no termina la significatividad de la reunión septembrina mexicana. El lema de esa convocatoria, “Geografía y Crisis”, resumía, como pocos, la historia del desarrollo del Centro Humboldt. Es que en – y desde – sus orígenes, el CeHu ha compartido una particular visión, una peculiar concepción, una definida conciencia de la relación inextricable existente entre geografía y crisis. Y esa conciencia le debe mucho al devenir mexicano de aquella época: a la temprana voz interpeladora de la “globalización” – el alzamiento zapatista del primero de enero de 1994 y a la primera crisis financiera de aquella  década, conocida como el efecto “Tequila” – que acompañó la salida de escena de Carlos Salinas de Gortari. Esa crisis, de mediados de ese decenio, nos dio una cabal dimensión del desarrollo de la crisis internacional en cierne, como refutadora inmediata, concreta, material del decálogo imperial de recolonización hemisférica, denominado, sin pudor, como el Consenso de Washington. Para nosotros, en el CeHu, la realidad mexicana obró como una verdadera maestra, como un inigualable faro para medir el horizonte de la situación internacional y el de nuestras propias acciones y programa.
Hoy, a casi veinte años de aquello y a un lustro del punto de partida de una nueva fase de la crisis mundial, ahora sentada en el propio corazón del sistema, el XV EnHu, “Geografía y Crisis”, resume no solo una trayectoria sino que, a la vez, determina la propia marcha, el desarrollo mismo de las tareas concretas abiertas por el X EnHu (Rosario, en 2008) bajo el llamado de “El Mundo como Geografía”. Y que implican, ni más ni menos, que abordar la crisis internacional desde una perspectiva materialista, tanto en su comprensión como en su resolución. En suma, la explícita reunión de geografía, economía y política, como la exacta y explosiva síntesis conceptual que necesitamos.
En eso nos embarcamos allá en los noventa. Y en eso estamos.

Un fraternal saludo,

Buenos Aires (Argentina) / Ribeirão Preto (Brasil), octubre de 2013.

Omar Horacio Gejo
Director

Elias Antonio Vieira
Director Adjunto

GEOGRAFIA E CRISE


Durante o último mês de setembro, o Centro Humboldt (CeHu) realizou o XV Encontro Internacional Humboldt (EnHu), na Cidade do México. Este fato representou a primeira versão dos EnHu feita no Hemisfério Norte. Até então foram realizadas versões com sedes, respectivamente, na Argentina (onze) e no Brasil (três). Este simples fato conferiu ao evento mexicano um significado particular. Depois de quase duas décadas o Centro Humbold, com seus EnHu, percorreu de Sul para o Norte, a Geografia da América Latina.
Mas a importância da reunião setembrina mexicana não termina lá. O lema da convocatória daquele evento, “Geografia e Crise”, resumiu como poucos o desenvolvimento histórico do Centro Humboldt. É que desde suas origens, o CeHu tem compartilhado uma visão particular, uma concepção peculiar, uma consciência precisa da relação indissolúvel entre a geografia e a crise. E essa consciência deve muito ao devenir mexicano daquela época: o início de uma voz interpeladora da “globalização” – o levante zapatista de janeiro de 1994 e a primeira crise financeira da década, conhecida como o “Efeito Tequila” – que acompanhou a saída de cena de Carlos Salinas de Gortari. 
Essa crise, em meados desse decênio nos deu uma dimensão precisa do desenvolvimento abrangente da crise internacional assim como aparece como refutadora imediata, concreta, e material do decálogo imperial de recolonização hemisférica, chamado, com impudor, como o Consenso de Washington. Para nós, no CeHu, a realidade mexicana agiu como verdadeira mestra, como farol único para medir o horizonte da situação internacional e o das nossas ações e programas.
Hoje, a quase vinte anos do “Efeito Tequila” e a cinco anos do ponto de partida de uma nova fase da crise global, agora sentada no coração do sistema, o XV EnHu, “Geografia e Crise”, resume não só um caminho, mas por sua vez, determina a própria marcha, o próprio desenvolvimento de tarefas concretas abertas pelo X EnHu (Rosário, em 2008), sob a convocatória de “O Mundo como Geografia”. E que implicam, nem mais nem menos, abordar a crise internacional a partir de uma perspectiva materialista, no seu entendimento e na sua resolução. Em suma, a explícita reunião de geografia, economia e política, como a precisa e explosiva síntese conceitual que precisamos.
Nisso embarcamos nos anos de 1990. E nisso estamos.

Saudações fraternais, 

Buenos Aires (Argentina) / Ribeirão Preto (Brasil), outubro de 2013.

Omar Horacio Gejo
Diretor

Elias Antonio Vieira
Diretor Adjunto

GEJO, Omar Horacio; VIEIRA, Antonio Elias. Editorial: Geografía y crisis / Geografia e crise. Meridiano: Revista de Geografía, Buenos Aires: Centro Humboldt, n. 2, p. 5-7, oct. 2013.


Publicación más buscada

DE MARX A LÊNIN: a categoria de “formação econômico-social” | Emilio Sereni (tradução de Nathan Belcavello de Oliveira)

Trata-se de minucioso trabalho etimológico e elaborada pesquisa epistemológica sobre a categoria de formação econômico-social, desde sua origem conceitual na obra de Marx, perpassando, basicamente, por Lênin. Analisa e debate a (não) utilização do termo entre exponentes marxistas, bem como restaura sua importância chave, sobremodo na historiografia e sociologia, apresentando a concepção como fundamental dentro da dialética materialista histórica, alçando-a a categoria basilar enquanto unidade e totalidade da vida social com suas diversas esferas (econômica, social, política e cultural). Ou seja, síntese da relação entre a estrutura e da superestrutura no processo histórico. Debate fundamental, a nosso ver, para a contribuição de Milton Santos na Geografia. Palavras-chave: Formação Econômico-Social; Totalidade; Marx; Lênin; Materialismo Histórico. Abstract   It is thorough research etymological and epistemological on the category of social-economic formation, from its conceptual origin

GEOPOLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS: as organizações de integração regional na América Latina | Claudete de Castro Silva Vitte

Este trabalho objetiva contribuir no entendimento da agenda de políticas regionais de integração na América Latina. Averiguou-se o discurso, o conteúdo, os problemas e as possibilidades das organizações de integração, os seus principais objetivos, os marcos jurídicos, os avanços e constrangimentos na institucionalização dessas organizações, em especial da ALALC/ALADI, UNASUL e OEA como referências para analisar o processo de integração regional. Assim, privilegiou-se o contexto geopolítico da criação e implementação dessas organizações e alguns de seus conflitos, ressaltando a Política Externa do Brasil e dos EUA como condicionante da integração, questionando se a América do Sul ainda é uma região a ser construída, frente aos percalços das tentativas de integração. Palavras-chave: América Latina; Integração Regional; Geopolítica; Relações Internacionais; Unasul. Abstract   This work aims to contribute to the understanding of the regional policy agenda of integration in Latin America.