Já não estamos desde sempre percebendo o espaço em que nos encontramos? De certa forma. Mas isso não significa que tenhamos clareza sobre esta experiência e sobre a noção de espacialidade que lhe corresponde. Não podemos esquecer os preconceitos práticos e teóricos que já sempre invadiram nossas pesquisas. Neste sentido, a época moderna, tendo como ponto de partida a descoberta da “subjetividade”, nos ensinou a desconsiderar o mundo perceptivo em prol de uma compreensão do espaço e do ser humano como absolutos. Veremos o porquê disso. Mas os avanços científicos a partir da segunda metade do século XIX questionaram radicalmente esta segurança absoluta, reabilitando a experiência sensível (e finita) e a percepção do espaço. O que antes era secundário voltou – segundo o enfoque de muitos pesquisadores – para o centro das grandes discussões teóricas, a saber, o mundo percebido ou mundo da vida. Abordaremos, então: a compreensão de espaço que predominou na modernidade e que ainda nos influencia; a importância da reabilitação da percepção para toda pesquisa e, aqui, para a compreensão empírica do espaço; mostraremos, em sintonia com uma pesquisa empírica produzida no âmbito da geografia humana, como a noção de “percepção do espaço” ou de “espaço percebido pelos habitantes de determinado lugar” adquire sentido e relevância epistemológica.
Palavras-chave: Geografia; Filosofia; Espaço; Percepção; Ciência Moderna.
Abstract
We do not always perceive the space in which we find ourselves? Somehow. But that does not mean that we have clarity on this experience and on the notion of spatiality that corresponds to it. We cannot forget the practical and theoretical prejudices that have always invaded our research. In this sense, the modern age, taking as its starting point the discovery of “subjectivity”, he taught us to disregard the perceptual world towards an understanding of space and human being as absolute. We will see why. But scientific advances since the second half of the nineteenth century radically questioned this absolute safety, rehabilitating a sensory experience (and finite) and the perception of space. What was secondary back – according to the focus of many researchers – to the center of the great theoretical discussions, namely the perceived world or the world of life. We will discuss, then: the understanding of space that prevailed in modernity and still influences us; the importance of rehabilitation of perception for all research and here for empirical understanding of space; We show, in line with empirical research produced within the human geography, as the notion of “place’s perceiving” or “space perceived by the inhabitants of a particular place” makes sense and epistemological relevance.
Keywords: Geography; Philosophy; Space; Perception; Modern Science.
PISETTA, Écio Elvis; MORAES, João Marçal Bodê. Espaço e representação: percepção do espaço. Meridiano: Revista de Geografía, Buenos Aires: Centro Humboldt, n. 4, p. 27-43, dez. 2015.
PISETTA, Écio Elvis; MORAES, João Marçal Bodê. Espaço e representação: percepção do espaço. Meridiano: Revista de Geografía, Buenos Aires: Centro Humboldt, n. 4, p. 27-43, dez. 2015.
PDF
ESPAÇO E REPRESENTAÇÃO: percepção do espaço por Écio Elvis Pisetta e João Marçal Bodê de Moraes está licenciado sob Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 Internacional